domingo, 25 de maio de 2014

Exercícios de escrita...

Bom dia, boa tarde ou boa noite! Tudo certo?
Hoje não vou escrever sobre nada do que está acontecendo por aqui, ou sobre Dublin...
Há um tempo atrás escrevi aqui que queria praticar a minha escrita, fazer exercícios de escrita - descrever as coisas ao meu redor, meus sentimentos, meus pensamentos, minhas idéias. Escrever algo com toda a atenção - e fazer apenas isso enquanto eu escrevo.
Escrever assim é bom pois vem do coração, e é como um exercício que com a prática melhora. Não fiz muito disso, infelizmente. Deixei muitas coisas para mais tarde, ou com a desculpa de não ter tempo ou inspiração. Todas as pessoas conhecem essas desculpas - um dia pretendo parar de usá-las e apenas agir quando sinto que é a hora.
Tenho apenas um exercício escrito, e estou fazendo o exercício nesse momento também. O importante é o meu foco estar em cada palavra que digito, o meu corpo estar no presente - sem pensar em outras coisas, fugir para outros lugares eu outro tempo (passado ou futuro).
Ouço o barulho da máquina de lavar e de secar - é dividida na casa, e fica ao lado da nossa porta. A parede fina deixa o som passar. O passarinho canta, um som bonito, uma bela melodia. Não tem como não pensar que é um conversa - com altos e baixos iguais a quando falamos, mas muito mais bela, como uma música.
Paro de escrever - é difícil esse exercício para mim. Irei transcrever partes do exercício anterior, e complementar um pouco.

Penso no seriado que estava assistindo, no qual a garota principal é escritora. Tem quase a minha idade, e se formou em Letras. Eu não me formei em nada e nem sei se vou. Ás vezes quero, as vezes não. Não consigo escolher apenas uma coisa - quero estudar tudo, e entender mais sobre um pouco de tudo. Eu atendi meu chamado para viagem e agora uma vida "normal" me incomoda, me tira a vida. Não quero apenas existir, quero viver. Não vou trabalhar para alguém que me pague pouco para fazer algo que eu não goste, ou que me pague para fazer algo em que eu não acredito. Mas assim é o sistema - ou você é chefe, ou mandam em você. Viver fora do sistema, além de ser a decisão mais difícil, te faz parecer algum maluco irresponsável. Faz parecer, não que você realmente seja.
Penso em irresponsável e comento que quando pararmos de receber o seguro desemprego temos que nos cadastrar como autônomos - pensar no futuro, na aposentadoria.
Por mim, viro autônoma daqui em diante. Fico maneiras de fugir do sistema, mas não sou música, atriz ou artista -  e já tentei por todos os caminhos. Não sou escritora, nem agricultora e não vejo como fazer dinheiro com viagens - ou sobreviver sem ele quando se quer filhos e um lar. Penso em permacultura, ter um sítio. Peso em ter um trailer, viver na estrada fazendo voluntariado e conhecendo (tudo). Penso em escrever, tirar fotos, escrever matérias sobre assuntos importantes. Penso em elaborar um projeto de pesquisa. Tudo junto, para fugir do sistema que compra nossas vidas.
Eu queria mesmo poder escrever, saber escrever. As vezes me sinto egoísta nas escritas pois só sei falar de mim e do que vivo e sinto. Quero poder criar, inventar - e colocar no papel o que passa pela minha mente. Acho que a vida está no criar, no novo. A criação verdadeira vem do coração. Se eu penso no meu passado, tenho muito mais para falar sobre alguns momentos que outros. Costumava dizer que só escrevia quando estava triste, mas a palavra certa seria angustiada. Sempre sofri muito com minha ansiedade e nervosismo, tendo algumas crises reais de angustia. A escrita surgiu para mim dessa maneira: um jeito de desabafar. Após essa fase, passou a ser uma maneira de organizar ideias e sentimentos. Antes de tudo isso, sempre sonhei em escrever um livro (mas quem nunca sonhou?), e acredito que um dia ainda o farei, mas sei que será espelhado em algum aspecto da minha vida - mas acho que todos são.
Gostaria de escrever algo infanto-juvenil. Li muitos livros nessa época, que me ensinaram muito. Tive fazes que tudo que eu tinha eram os livros que lia - fases solitárias e eles me serviam de apoio. Quero poder escrever coisas que influenciem as pessoas para o bem, algo que englobe a realidade e fantasia. Quando penso em algo, sempre me perco nas ideias, já perdi a conta de quantas ideias não passaram da primeira linha - ainda lembro de algumas. Parece que eu preciso ter tudo organizado, ou alguma faculdade que me ensine a escrever - não consigo fazer o primeiro, e nem o segundo agora. Mas enquanto isso, vou seguindo o meu coração.
Seguir o coração é um conselho que sempre dei para todos, não importando o assunto. Nós sempre sabemos o que o nosso coração diz - muitas vezes não queremos ouvir. Nem sempre é fácil seguir o coração, às vezes somos obrigados ouvir a razão. Talvez isso seja uma questão de sobrevivência, ou talvez é o que somos ensinados a ouvir, a pensar.

Deu de escrita por agora. Quero me arrumar para aproveitar um pouco do último domingo do mês, até mais!


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