quinta-feira, 29 de maio de 2014

Novidades!

Olá!
Tudo bem por aí?
Meu objetivo com o blog seria escrever todos os dias - ou ao menos atualizar a página do facebook todos os dias. Infelizmente, não tenho feito isso. Esqueço, me falta tempo ou criatividade.
A semana está passando rápido como sempre. Estou com sinusite essa semana, bastante trancada. Logo vai melhorar. Fiquei a semana em casa, não trabalhei. Não me ligaram pra trabalhar, como esperava. Não sei o que aconteceu...
Terça-feira tive a entrevista, lá no aeroporto. O aeroporto fica bem longe aqui de casa. A maneira mais rápida de chegar é pegar Luas até o centro, e então ônibus até o aeroporto, mas fica bastante caro. A mais barata é caminhar até uma parada (20 min de casa), e pegar o ônibus por 1h. Fui de um jeito, voltei de outro. É uma viagem longa, mas compensou! Hoje me ligaram, e me ofereceram um emprego, ihuu! O treinamento será na quinta-feira que vem apenas - então escrevo mais para contar.
Amanhã terei outra entrevista, de novo em um lugar que já fui - e não entendi o porque não fui chamada. Na Unicef, para fundraiser. Me ligaram antes de eu saber que tinha o emprego, então aceitei. Vou, vai que me ofereçam emprego lá... heheh
Sobre o emprego, primeiro quero agradecer a quem torceu por mim, e aos que oraram. Acredito que tenha feito a diferença. Adoro a atmosfera de aeroporto. Vou trabalhar primeiramente limpando o restaurante/lounge. E com isso, recebendo treinamento para trabalha em todas as áreas - caixa, barista (fazendo cafés), preparando as refeições, organizando o espaço. Estou empolgada. Eu saí de lá sabendo que queria aquele trabalho, e deu certo. O contrato é de 3 meses - que é um pouco mais do tempo que temos de estudo. E é "shift-work" como eles chamam aqui, varia de semana pra semana. Algumas semanas posso trabalhar apenas 5h, e na outra 20h. Claro que espero sempre trabalhar 20h, mas eles não tem como me prometer isso...

O mês de maio foi super dificil, mas está acabando - espero que tudo se resolva daqui para frente, e que tudo melhore!

Até mais :)


domingo, 25 de maio de 2014

Exercícios de escrita...

Bom dia, boa tarde ou boa noite! Tudo certo?
Hoje não vou escrever sobre nada do que está acontecendo por aqui, ou sobre Dublin...
Há um tempo atrás escrevi aqui que queria praticar a minha escrita, fazer exercícios de escrita - descrever as coisas ao meu redor, meus sentimentos, meus pensamentos, minhas idéias. Escrever algo com toda a atenção - e fazer apenas isso enquanto eu escrevo.
Escrever assim é bom pois vem do coração, e é como um exercício que com a prática melhora. Não fiz muito disso, infelizmente. Deixei muitas coisas para mais tarde, ou com a desculpa de não ter tempo ou inspiração. Todas as pessoas conhecem essas desculpas - um dia pretendo parar de usá-las e apenas agir quando sinto que é a hora.
Tenho apenas um exercício escrito, e estou fazendo o exercício nesse momento também. O importante é o meu foco estar em cada palavra que digito, o meu corpo estar no presente - sem pensar em outras coisas, fugir para outros lugares eu outro tempo (passado ou futuro).
Ouço o barulho da máquina de lavar e de secar - é dividida na casa, e fica ao lado da nossa porta. A parede fina deixa o som passar. O passarinho canta, um som bonito, uma bela melodia. Não tem como não pensar que é um conversa - com altos e baixos iguais a quando falamos, mas muito mais bela, como uma música.
Paro de escrever - é difícil esse exercício para mim. Irei transcrever partes do exercício anterior, e complementar um pouco.

Penso no seriado que estava assistindo, no qual a garota principal é escritora. Tem quase a minha idade, e se formou em Letras. Eu não me formei em nada e nem sei se vou. Ás vezes quero, as vezes não. Não consigo escolher apenas uma coisa - quero estudar tudo, e entender mais sobre um pouco de tudo. Eu atendi meu chamado para viagem e agora uma vida "normal" me incomoda, me tira a vida. Não quero apenas existir, quero viver. Não vou trabalhar para alguém que me pague pouco para fazer algo que eu não goste, ou que me pague para fazer algo em que eu não acredito. Mas assim é o sistema - ou você é chefe, ou mandam em você. Viver fora do sistema, além de ser a decisão mais difícil, te faz parecer algum maluco irresponsável. Faz parecer, não que você realmente seja.
Penso em irresponsável e comento que quando pararmos de receber o seguro desemprego temos que nos cadastrar como autônomos - pensar no futuro, na aposentadoria.
Por mim, viro autônoma daqui em diante. Fico maneiras de fugir do sistema, mas não sou música, atriz ou artista -  e já tentei por todos os caminhos. Não sou escritora, nem agricultora e não vejo como fazer dinheiro com viagens - ou sobreviver sem ele quando se quer filhos e um lar. Penso em permacultura, ter um sítio. Peso em ter um trailer, viver na estrada fazendo voluntariado e conhecendo (tudo). Penso em escrever, tirar fotos, escrever matérias sobre assuntos importantes. Penso em elaborar um projeto de pesquisa. Tudo junto, para fugir do sistema que compra nossas vidas.
Eu queria mesmo poder escrever, saber escrever. As vezes me sinto egoísta nas escritas pois só sei falar de mim e do que vivo e sinto. Quero poder criar, inventar - e colocar no papel o que passa pela minha mente. Acho que a vida está no criar, no novo. A criação verdadeira vem do coração. Se eu penso no meu passado, tenho muito mais para falar sobre alguns momentos que outros. Costumava dizer que só escrevia quando estava triste, mas a palavra certa seria angustiada. Sempre sofri muito com minha ansiedade e nervosismo, tendo algumas crises reais de angustia. A escrita surgiu para mim dessa maneira: um jeito de desabafar. Após essa fase, passou a ser uma maneira de organizar ideias e sentimentos. Antes de tudo isso, sempre sonhei em escrever um livro (mas quem nunca sonhou?), e acredito que um dia ainda o farei, mas sei que será espelhado em algum aspecto da minha vida - mas acho que todos são.
Gostaria de escrever algo infanto-juvenil. Li muitos livros nessa época, que me ensinaram muito. Tive fazes que tudo que eu tinha eram os livros que lia - fases solitárias e eles me serviam de apoio. Quero poder escrever coisas que influenciem as pessoas para o bem, algo que englobe a realidade e fantasia. Quando penso em algo, sempre me perco nas ideias, já perdi a conta de quantas ideias não passaram da primeira linha - ainda lembro de algumas. Parece que eu preciso ter tudo organizado, ou alguma faculdade que me ensine a escrever - não consigo fazer o primeiro, e nem o segundo agora. Mas enquanto isso, vou seguindo o meu coração.
Seguir o coração é um conselho que sempre dei para todos, não importando o assunto. Nós sempre sabemos o que o nosso coração diz - muitas vezes não queremos ouvir. Nem sempre é fácil seguir o coração, às vezes somos obrigados ouvir a razão. Talvez isso seja uma questão de sobrevivência, ou talvez é o que somos ensinados a ouvir, a pensar.

Deu de escrita por agora. Quero me arrumar para aproveitar um pouco do último domingo do mês, até mais!


sábado, 24 de maio de 2014

Os nossos sábados

Olá!
Hoje quero escrever um pouco sobre os sábados - o sábado passado e hoje :)
Sábado passado foi um dia lindo e de sol, e como isso tem sido bem raro por aqui, decidimos sair e aproveitar.

Saímos de tarde para uma caminhada pelo Sul da cidade, seguindo o riacho, Grand Canal, até o Festival de Verão Docklands que estava acontecendo. Foi 1h de caminhada, por lugares que ainda não tínhamos passado. Aproveitamos a caminhada, chegamos lá, vimos o que tinha pra ver, e decidimos voltar. O bom de morar em Dublin é que sempre algo está acontecendo, e sempre tem algum lugar pra ir que ainda não conhecemos. O problema é a chuva... Mas, felizmente, naquele dia teve um belo sol.
Na hora de voltar, decidimos usar a Dublin Bikes pela primeira vez! Temos o cartão já faz um tempinho, mas não tínhamos usado. Ele chegou um pouco antes de nos mudarmos para essa casa, e não tinha nenhuma estação da Dublin Bikes por aqui.
A DB funciona da seguinte maneira: Você se cadastra no site e paga uma taxa de € 20 (através de cartão de débito ou boleto), e eles enviam o cartão para o seu endereço. O nosso não chegou primeiramente, só chegou umas semanas antes de nos mudarmos.
Com o cartão, basta se dirigir a um posto da DB - são vários pelo centro da cidade, e estão em expanção (felizmente!) - e apresentar o cartão na máquina, escolher uma bike, pegar e sair andando. Você tem 30 minutos para andar sem pagar, após isso se cobra (pouco) a cada meia hora. Porém, para quem está no centro, é só encontrar uma estação e trocar a bike.
Quando fomos até o evento, passamos o caminho todo por uma ciclovia - e mais perto do evento (há uns 20 min de caminhada de casa) algumas estações de DB. Na volta, decidimos experimentar. Eu adorei, o Vinny também! Ele até tirou fotos (como a de cima). Foi ótimo. O caminho todo estava super bem sinalizado.
Pra quem nos conhece, sabe que andamos de bike de vez em quando. Pra quem nos conhece mais ainda, ou me conhece, sabe que esse é um hábito que adquiri depois que começamos a namorar - e que ele tem uma bike suuuper legal no Brasil.
Foi um lindo dia de sol e sorrisos. :D


Hoje o dia não está ensolarado. Acordei de super mau humor e gripada. A prova que somos nós que escolhemos se ficamos de mau humor ou escolhemos ter um dia legal. Depois de desabafar todo o mau humor dentro de mim, saímos de casa. Não estava chovendo, mesmo estando bem nublado fomos no Museu de Arte Moderna - e visitamos o jardim também, claro!
Adoro os parques de Dublin, e esse museu tem um jardim e um prédio muito bonito. Lá foi o antigo hospital de Dublin, onde os feridos das guerrass eram tratados. A entrada no IMMA (Irish Museum of Modern Art) não é cobrada - apenas para exibições especiais. Só tinha o trabalho de 2 artistas expostos -uma indiana e um britânico. Os dois muito diferentes. Enquanto o primeiro usava restos, por exemplo esterco de vaca seco, para o trabalho, o segundo usava música eletrônica e luzes piscantes.
Gosto de arte moderna - sei que muitos não gostam e são da atitude "até eu faço isso". Talvez por isso que eu goste, pois é a forma de cada indivíduo se expressar, da maneira que ele prefere fazer isso. Acho que é um arte cheia de sentimento.
Depois de visitarmos as exposições, passeamos pelos jardins e fotografamos. Viemos pra casa felizes.


Depois de mais de 1 mês na nossa casa nova, ainda não tínhamos entregado a chave da antiga. Sei, é muito tempo!! Aproveitamos que não estava chovendo para levarmos a chave lá.
Quando fomos para o museu, percebemos que uma estação da DB tinha sido disponibilizada aqui perto de casa - graças ao projeto de expansão. Essa semana eu tinha passado por lá e ainda estava fechada, mas hoje já tinha bicicletas. Aproveitamos e fomos de bike pra lá - muito mais rápido. Andamos um pouco no transito daqui, que é organizado até :). Deu tudo certo, só eu recebi uma buzina no finalziiinho, quando fui atravessar a rua para estacionar a bike, mas faz parte - vamos aprendendo.
Foi bem bacana o passeio hoje também. Nos dois sábados não gastamos nada e nos divertimos.

Bem, não fui trabalhar hoje - pelas 23h cancelaram, mas vou na segunda-feira. E terça tenho uma entrevista - pra trabalhar numa loja/restaurante no aeroporto. Bem diferente das outras. Torçam e orem por mim!

Até mais! :)

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Planos, sonhos, atualizações

Bom dia!
Faz um bom tempo que eu não escrevo - desculpas.
Semana passada choveu quase todos os dias, foi uma semana difícil. Trabalhei 2 dias, e fui bem mal. Por mais que só ganho o que vendo, eu não consigo me motivar apenas nisso, mesmo precisando muito de dinheiro. Não sou vendedora... Terça-feira tive outra entrevista, para fundraiser. A única resposta que eu tive de deixar currículos/enviar currículos até agora. Amanhã devo ter treinamento - estou esperando a ligação.
No final de semana, assistimos Game of Thrones, quase sem parar. É viciante - terminamos todos os episódios até agora. É interessante porque foi/é filmado por aqui, na Irlanda do Norte. Várias paisagens bonitas e aqui pertinho. Estamos planejando um passeio.
Hoje temos que decidir o que fazer com nossas passagens, provavelmente vamos aterar elas para novembro, mas a decisão ainda precisa ser tomada. O que planejavamos era fevereiro, mas as coisas não estão acontecendo conforme planejávamos. As opções que temos são: 1- Deixar a mesma data e retornar semana que vem. 2- Mudar para Agosto, quando acaba o nosso curso. 3- Mudar para Novembro, antes que o inverno chegue, e o que nos dá um tempo para viajar. 4- Alterar para fevereiro. Claro que depois de alterada uma vez, podemos alterar novamente - mas cada alteração se paga.
Essa semana está/foi melhor que a passada, a minha chefe estava viajando, então não trabalhei - infelizmente (ou não). Tenho que dizer que não gosto de fazer o que faço - mas quem gosta? Muitas vezes acho que não fui feita para trabalhar, mas então sei que não é trabalhar o problema, é ter um emprego. Eu canso rápido demais da rotina, de fazer a mesma coisa o dia todo. Mas acredito que eu vá encontrar algo que eu goste de fazer - talvez algo que eu não trabalhe para os outros, ou que eu não me sinta trabalhando para os outros.
Estamos vendo também, e começando a planejar, a nossa viagem. Sinceramente, eu espero receber para pagar o próximo aluguel e contas - vamos ter que pegar o restante do dinheiro para pagar esse. Talvez conseguiremos economizar um pouco, e teremos o dinheiro do depósito da casa.
Ontem li vários blogs e textos - até compartilhei um na página do facebook. Várias inspirações e ideias. A mais sensata e aprovada seria WWOF, trabalhar em fazendas organicas em troca de acomodação e alimentação - e aprendizado. Teriamos que nos inscrever nos sites do país que queremos - Alemanha muito provavelmente, talvez Italia, França ou Espanha também.
Outro projeto que nos inspira é o Portas Abertas, da brasileira Aline Campbell que ano passado viajou 3 meses pela Europa sem nada de dinheiro, nem cartão de crédito, e sozinha. Muita coragem. Para mostrar que o mundo é bom, e eu acredito nisso e concordo com ela.
Não queremos sair daqui sem ter viajado, isso é certeza. Queremos voltar para o Brasil com experiências e histórias para contar.

A chuva agora voltou, vou continuar a saga de hoje enviando muitos currículos!

Por do sol no Rio Liffey


quarta-feira, 14 de maio de 2014

Moçambique 2011 - Um pouco sobre minha experiência

Olá!
As coisas por aqui não andam muito movimentadas - mesmas coisas. Ainda quero escrever sobre muitas coisas daqui, mas hoje estava olhando blogs antigos e achei o texto abaixo. Eu escrevi ele pra News do meu trabalho no Brasil, então não poderia ser tão comprido... Tenho muito o que escrever sobre a experiência que eu tive lá, tenho muito a compartilhar. Hoje apenas a breve reflexão, o mesmo texto que escrevi há quase 2 anos atrás...

Como muitos de vocês sabem, morei na África por 6 meses. Meu objetivo era muito belo e nobre: ajudar os outros, realizar trabalho voluntário de desenvolvimento. No final do período não sei se consegui alcançar
meu objetivo – aliás, nunca sabemos com certeza o impacto que nossas ações têm na vida dos outros. O que eu sei, com toda certeza, que eu mudei e aprendi muito. Aprendi na marra que antes de querer mudar o
mundo, temos que mudar as nossas ações, a nós mesmos.
Vivi 6 meses em uma vila no norte de Moçambique, Bilibiza, com 4 mil habitantes, a maioria crianças e adolescentes e 5 brancos. Todos nós morávamos juntos e éramos voluntários - Instrutores de Desenvolvimento.
Eu não tinha água corrente na casa – ela vinha do poço ou do rio (cerca de 1km da casa – tínhamos sorte!). Eletricidade só 3h por dia, das 18h às 21h. Isso quando o gerador não estava quebrava ou não acabava o diesel. Telefone só debaixo da árvore e no viva-voz. Banho de caneca. Quando o gás acabava, ficávamos às vezes um mês cozinhando com lenha e/ou carvão. E as minhas condições eram ótimas se comparadas
à das pessoas da vila.
Cenas comuns eram ver mulheres caminhando por quilômetros no sol, todos os dias, carregando crianças nas costas, bacias/galões de água na cabeça e algo na mão. De pés descalços e muitas vezes sorrindo. Esse sorriso, a facilidade de rir – e uma risada sincera e gostosa, era surpreendente. E as crianças! Crianças carregando crianças, crianças sem roupa na rua, crianças brincando com lixo na rua, e fazendo dele os mais divertidos brinquedos, crianças carregando baldes de água na cabeça, crianças trabalhando, crianças grávidas, crianças rindo, olhando e sorrindo.
Tudo isso nos faz rever nossos valores. Questionei-me muitas vezes o que fui fazer lá se, mesmo com todos os problemas, eles eram mais felizes do que nós somos. A verdade é que, muitas vezes, não se via o sofrimento por trás daqueles olhos. Essas são pessoas que vivem intensamente o tempo AGORA. Sentem-se felizes pelo momento, e são espontâneos. Alguns momentos, estão tristes. E, por mais que se preocupem que a chuva demora a vir, não se preocupam muito no geral. Acreditam cegamente em destino. Creio que essa seja uma das principais diferenças das nossas culturas.
Acredito que tanto eles devem aprender conosco, e nós com eles.
Viver o agora, mas com planos, projetos, ambições e sonhos para o futuro. Porque é esse o combustível que nos move para frente e nos faz crescer. Não se preocupar (porque não adianta, e isso apenas atrapalha), mas trabalhar para evitar as preocupações. Manter a calma, mas não viver na inércia. Colocar o coração em todas as suas ações, mas também usar a cabeça. Sonhar, idealizar, planejar e ir atrás e realizar. Ver a felicidade nas coisas simples, aproveitar cada momento, e estar presente, de corpo e pensamento, em todos os momentos da vida.

Menina de Bilibiza com a camisa do Grêmio!

segunda-feira, 12 de maio de 2014

A semana e retrospectiva dos 3 meses!

Olá, olá! Tudo certo por ai?
Por aqui sim, a semana que passou foi bem melhor que a outra, começando por eu estar me sentindo melhor - a confiança e a esperança voltaram, junto com mais força!
Comecei a enviar currículos novamente, o máximo possível, e entregar nos lugares que estão contratando. Tive uma entrevista e meio que estou trabalhando. :)
O trabalho é o mesmo que fiz o teste nas primeiras semanas que estava aqui, o diferente é que daquela vez não passei/não gostei daquela vez. Sou fundraiser novamente, e faço algo bem parecido com o que eu fazia na Inglaterra, só que agora vendo raspadinhas (sim, 3 jogos  você pode ganhar até 1000 euros na hora!). O salário, porém, é baseado apenas em comissão (30%) e os horários não fecham com a aula, vou ter que faltar alguns dias. Mas, vou levando assim até achar algo melhor - é muito melhor que nada.
Segunda-feira passada foi feriado, e na sexta tmbém não tivemos aula. A escola fez um passeio pra Glendalough, mas como estamos super sem dinheiro, não fomos - mas com a promessa de que ainda iremos lá. Fora isso, choveu todos os dias da semana.

Semana passada completamos 3 meses aqui. Dizem que os primeiros 3 meses são os mais difíceis. Admito que não foram os mais fáceis, foram de bastante aprendizado.
Posso dizer que não estamos como gostariamos, ou como planejamos, estar. Principalmente no sentido financeiro. Queria que minha principal preocupação não fosse a financeira - mas sim planejamentos de viagens e dos próximos passos.
Ainda não fomos para a Holanda, infelizmente vamos visitar os campos de Tulipa de lá só ano que vem. Mal saimos de Dublin, o que espero que mude logo (o tempo precisa colaborar também).
Aprendemos a economizar muito mais, e a ter mais responsabilidades - contas a pagar, contratos a fazer, saber onde gastar o dinheiro.
Esses 3 meses passaram muito rápido, mas a saudades está grande. Companheirismo, força, esperança, fé, amizade.
Que venham os próximos 3 meses, 6 meses, 9 meses! E que tudo melhore daqui pra frente.


domingo, 11 de maio de 2014

Feliz dia das Mães!

Datas comemorativas são normalmente quando mais sentimos saudades. Hoje é dia das mães e queria muito poder estar junto com ela, dar um abraço forte e dizer quanto a amo.
Esse não é o primeiro dia das mães que passo longe, mas isso não significa que sinto menos saudades.

Minha mãe é uma das pessoas que eu mais admiro nesse mundo. Se acham que eu sou corajosa (viajar, ir pra África, etc), é porque não conhecem essa mulher. Não minto que minha coragem vem toda dela e que ela me inspira sempre e todo dia mais.
A infância não foi a mais fácil, sair de casa aos 13 anos, e ver a mãe a cada 6 meses é difícil - ainda mais quando não se tem telefone ou internet pra ligar quando estamos doente, tristes ou com muitas saudades. Estudar, trabalhar, ser forte e guerreira. Muito cedo, se muda para o outro lado do estado - e, a 26 anos atrás, isso era bem mais longe do que agora. Tudo por coragem, por vontade de ter uma vida melhor, por gostar do novo e de desafios, talvez. Ou será pelo "sangue cigano" que um dia um caroneiro com nome de personagem de novela mexicana disse que todos do Oeste de Santa Catarina possuem.
Acredito que quanto mais crescemos, mais nos damos conta o quão parecidos somos com nossos pais. Nos últimos dois anos, morei com meus pais novamente. Foi ótimo para me conhecer e me tornar, mais do que nunca, amiga da minha mãe. E vimos o quanto somos iguais - o temperamento, a ansiedade, o nervosismo, o fato de sempre querermos ser perfeitas, de sempre nos culpar por tudo que acontece ao nosso redor, de não admitirmos que podemos errar, que somos humanas, somos mulheres, e também que sempre exigimos muito de nós mesmas. Também o que acreditamos e buscamos para a vida.
Minha mãe me ensinou a sempre sonhar, e a nunca desistir de seus sonhos. Ela é alguém que se doa de corpo e alma em tudo que ela faz, não faz nada mal feito ou pela metade. Ela é uma pessoa que vai fazer de tudo pra te ajudar, te apoiar - mesmo que isso signifique deixar de cuidar dela mesma. 
Ela emana amor, carinho e afeto. 

Sra. Janete Inez Sturmer Saft, me orgulho muito de ser tua filha. Obrigada muito por tudo que já fez por mim, e que continua fazendo. Te amo muito. Um abraço gigante meu, de coração.


sexta-feira, 9 de maio de 2014

3 - A semana passada.

Olá povo :)
Tudo bem por aí?
Hoje está melhor que semana passada, hehe. Faz uma semana já que temos internet, o que foi ótimo pois começamos a enviar currículos novamente.
Bem, a semana passada foi uma das mais dificeis desde que chegamos, em minha opinião. O tempo estava cinza na maior parte do tempo, pra começo.
É importante compartilhar aqui também os maus momentos. Muita gente fala que não é pra vir pra Dublin, e semana passada foi a semana que eu realmente pensei em desistir, em voltar pra casa. Por isso é bom ter alguém contigo, para te apoiar e te dar forças pra continuar. Vamos dar um jeito.

Tudo dá certo uma semana e desmorona na outra. Na semana anterior, tive treinamento, trabalhei 2 dias e gostei. Não consegui nenhuma assinatura, mas sei que consigo. O plano era trabalhar full-time, aiai...
No domingo, primeiro dia da semana, fomos sacar o dinheiro do aluguel, e não conseguimos pegar tudo que precisavamos do Brasil, e tivemos que pegar do pouco dinheiro que temos aqui. Até ai sem problemas, pois iria receber no final da semana, e conseguiria ter dinheiro.
Segunda-feira o landlord veio aqui, e tudo certo. Quando estávamos saindo, encontramos a conta de luz, mas deixamos para ver depois. Como planejado, fui na escola pedir a carta de férias, mas eles negaram. Chorei de raiva, mas o emprego ainda teria como trabalhar part-time, mas ficaria muito dificil de pagar tudo. Tinha duas ofertas de trabalho, a outra apenas full-time. Enviei um e-mail rápido para um dos que me ofereceram o emprego dizendo que não poderia aceitar...
Usei a internet um pouco e fui pra casa abalada com a noticia de não conseguir carta de férias, mas com esperanças. Fui ver a conta de luz e o valor era absurdo, quando o Vinny chegou da aula, procuramos o porque do valor e descobrimos que €300 era de alguma cobrança anterior. Procuramos os papéis que estavam na casa e descobrimos que nossa eletrecidade seria cortada. Liguei para a companhia de luz, e descobri que seria cortada até o final da semana se não tiver um contrato. E, para ter o novo contrato, temos que pagar um depósito de €300 ou €200 se dermos a conta do banco.
Bem, além da internet, teriamos que resolver a eletrecidade. E não temos dinheiro pra isso.
Liguei pro Landlord no outro dia, e ele falou que eu deveria solicitar o contrato. Sobre o dinheiro, ele iria resolver quando voltasse da viagem - ele estava saindo de viagem, no aeroporto!
Bem, foi o que fiz. Agora estamos esperando a cobrança chegar pra resolver. Pelo menos continuamos com eletrecidade.
Tudo isso foi bastante estressante, até esse ponto eu já achava que a semana estava terrível, mas ainda iria piorar.
Quarta contratei a internet, que chegou só na sexta. Mesmo com pouco dinheiro que teriamos, é uma coisa necessária.
Fui trabalhar só na quinta-feira, iria trabalhar só 3 dias - quinta, sexta e sábado. Estava tranquila, tinha escrito e praticado bastante o meu novo dialogo, algo que vinha do coração. Não me sentia a melhor, mas estava bem e esperançosa. Tomei um banho de chuva indo pro trabalho, mas beleza. Fiquei no escritório esperando mais de 1h, e o meu chefe me chamou pra conversar. Me dispensaram. Sim, com 2 dias apenas de trabalho.
Não posso dizer nada além de que fiquei desesperada e prestes a desistir de tudo. Tomei um banhão de chuva vindo pra casa, mas não importava. Nada importava mais.
Começar tudo de novo, e quando não se tem nada de dinheiro, é muito difícil. O que sabemos é que não queremos desistir, não queremos ir embora daqui. E tudo vai ter que dar certo.
Domingo conversei com meus pais e eles me apoiaram, ainda bem.

O problema disso tudo é que você começa a se questionar o que é capaz de fazer, o que faz bem. Eu ainda não sei, não sou boa em nada útil, e não tenho experiência em nada.
Essa semana a tabalha recomeçou, correr atrás de emprego, e estou mais esperançosa de novo.

No domingo saímos, fomos ao parque. Foi bom recompor as energias!
Mas a semana não foi apenas de mas notícias ruins - o Vinny passou de nível em Inglês. Com certeza, desde que chegamos o inglês dele melhorou - e o meu também.

Ainda escreverei mais, espero não demorar.


Até mais!

domingo, 4 de maio de 2014

A internet voltou 2- Nossa semana

Infelizmente, não escrevi sobre essa semana quando eu me sentia bem sobre ela, deveria ter escrito. A primeira semana da casa, a semana do trabalho e de férias da escola foi uma semana ótima. Teve sol todos os dias, calor e os dias foram muito bonitos.

Na terça-feira, fui ao treinamento. Eram mais 3 pessoas comigo, um argentino e 2 irlandeses. Todos muito legais. Eu estava um pouco na lua, mas aproveitei o treinamento, aprendi as técnicas e foi um dia bacana. Construi meu primeiro dialogo sobre a Siria. Iriamos bater nas casas das pessoas pra pedir pra ajudar a ong que trabalhei ajudar as pessoas que estão sofrendo na Siria. Nunca tinha lido ou escutado muito sobre o que está acontecendo lá... Uma guerra é algo horrível de se passar.
Uma semana antes, tinha assistido um documentário que o motivo das pessoas começarem a se revoltar foi porque o governo não ajudou eles a superar a pior seca da história do país. E por que teve a seca? Aquecimento global, claro. Vendo isso, acredito que a cada dia que passa, estamos mais perto de um colapso global - e as coisas precisam mudar urgentemente antes disso acontecer, mas acredito que não vão.
Depois do dia do treinamento, fomos de porta em porta, estávamos no condado de Wiclow, Greystones. É lindo lá, de verdade. De um lado as montanhas, do outro o mar. Quero voltar para visitar! O outro dia estavamos em Dublin, no norte da cidade.
Os dois dias foram legais, me senti bem fazendo o trabalho, senti que poderia fazer algo com significado, finalmente! Infelizmente, não consegui nenhuma assinatura em nenhum desses dois dias, mas sabia que iria conseguir, só precisava ler mais e me preparar melhor.
Cheguei tarde em casa nos dois dias, e realmente cansada, mas estava feliz.
Trabalhei só 3 dias, por causa do visto, e voltaria na outra semana pra trabalhar full-time.
Sexta-feira fomos fazer as compras da casa, compramos quase tudo que faltava, e várias coisas pro jardim. Copos, cabides, cesto de roupa, pano de louça, luvas, potes... Nossa casa cada vez mais parecendo nossa :)
Sexta-feira o landlord veio avisar que segunda-feira ele iria passar pra pegar o aluguel.

Foi uma semana boa que tivemos!

A internet voltou. 1 - Páscoa

Olá!

Faz muito tempo que não escrevo, mas estávamos sem internet. Contratei essa semana, e desde sexta-feira temos. Essa semana foi muito dificil e complicada, desde domingo passado. Uma confusão atrás da outra e mais do que nunca sinto saudades de casa.
Mas, até a última semana estava tudo ótimo, e quero compartilhar as felicidades aqui antes! Vou fazer alguns relatos do que aconteceu esse tempo.

Nossa páscoa aqui vou bem legal, tinhamos nos mudado um dia antes... Escrevi isso na segunda:

Segunda-feira, 21 de abril de 2014
" Hoje é segunda-feira de Páscoa, feriado aqui na Irlanda. Feriado também no Brasil, mas por ser Tiradentes. Amanhã começo a trabalhar, tenho treinamento. Tudo veio  na hora certa, deu um bom tempo para nos instalarmos na nossa casa. Ainda precisamos comprar algumas coisas, mas já está bem melhor do que quando chegamos. Hoje achamos várias coisas úteis que estavam "guardadas" do lado de fora da casa: talheres, louças. Temos as coisas organizadas e a casa está mais a nossa cara. Não é perfeita: o banheirro é minúsculo, úmido e gelado, e o quarto muito frio, mas é o lugar que mais gostei até agora.
A casa fica longe do trabalho, uns 6km ou 1h caminhando, mas vou usar o LUAS, o trem elétrico, e depois quem sabe vou pedalando! Só preciso de uma bike. Para o trabalho, vou ter que deixar de ser uma ET e comprar um smartphone, mas um barato. Estou ansiosa, mas também esperançosa com o trabalho.
Ontem era domingo de Páscoa. Essa foi a primeira Páscoa que passei longe da minha família. Já passei 2 natáis e vários aniversários, mas foi a primeira Páscoa. Para mim, é o feriado mais importante. Apesar de diferente, onte foi bem bacana. Acordei não às 5h20, mas quase 10h da manhã. Levantei para ler a bíblia, meditar e orar, mas quando fui arrumar a mesa, encontrei chocolates escondidos. O Vinny veio assistir minha procura pelos chocolates - ele tinha escondido. Fiquei muito feliz em procurar - é nossa tradição de toda Páscoa.
Me emocionei, sntei, li a bíblia, meditei e agradeci.
Nosso almoço de Páscoa foi especial também: Carne à Guinnes do Vinny, "frango" com mostarda, farofa, arroz, salada e maionese. Foi ótimo, e realmente pareceu um almoço de Páscoa.


Foi um belo final de semana :) "