sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

O que viemos fazer aqui?

(Post escrito ontem)
Hoje temos um dia de sol -  o mais quente desde que chegamos aqui 3 semanas atrás. Vamos ter uma semana difícil pela frente: sair do lugar que já consideramos um "lar", dormir algumas noites em um colchão de ar na sala da nova casa e então entrar no quarto que será nosso até o final de abril. Também estamos sem dinheiro, precisamos economizar tudo que pudermos. Vamos pagar dois aluguéis e estamos com nosso dinheiro no banco. Mas a partir da semana que vem tudo estará resolvido - bastará achar o emprego e o lugar fixo.
Ontem não estava muito bem. Dor de cabeça, estresse, saudades, gripe e TPM. Tudo junto. Tive muito medo e me senti mais insegura. Pela primeira vez me perguntei: "O que estou fazendo aqui?"
O que estou fazendo aqui? O que estamos fazendo tão longe de casa?
Talvez essa resposta seja complexa. Não há apenas um motivo de estarmos aqui. Para viver melhor? Talvez. Para viajar, conhecer novos lugares, novas pessoas, novas culturas. Para sair da rotina. Para aprender: inglês e muito mais. Para trabalhar e ver pra onde o nosso dinheiro vai. Para realizar sonhos.
Trouxemos para cá  muitas expectativs e sonhos. Mas exxpectativas só servem para serem quebradas - a vida nos ensina isso. Nem tudo está sendo como esperávamos - e muito mais ainda vai acontecer.
Vir para cá foi sair da nossa zona de conforto, e sinto falta dela. É inevitavel sentir no começo. Mas, a felicidade está fora da zona de conforto.
Viemos para cá para sermos felizes, para viver e isso é um ato de coragem.

OSHO diz que:
"O caminho do coração é o caminho da coragem. É viver na insegurança, é viver no amor e confiar, é enfrentar o desconhecido. É deixar o passado para trás e deixar o futuro ser. Coragem é seguir trilhas perigosas. A vida é perigosa. E só os covardes podem evitar o perigo – mas aí já estão mortos. A pessoa que está viva, realmente viva, sempre enfrentará o desconhecido. O perigo está presente, mas ela assumirá o risco. O coração está sempre pronto para enfrentar riscos; o coração é um jogador. A cabeça é um homem de negócios. Ela sempre calcula – ela é astuta. O coração nunca calcula nada."

Viver.
A minha rotina estava "me matando", pelo menos aquilo que eu acredito que eu seja. Passava a maior parte do dia trabalhando e fazendo algo que eu não gostava. Vindo para cá, espero me encontrar, tirar tempo para fazer o que eu gosto. Escrever é uma dessas coisas.
Quero uma vida que faça sentido, quero me sentir bem comigo mesma e me envolver em causas em que acredito. Quero ler, estudar, escutar música e fazer música. Quero me encontrar, mas só se encontra aquele que se perde.
Quero me perder nas coisas que gosto e em quem eu sou..
Muitas expectativas, muitas vontades.
Por agora, só sei que precisamos de emprego e lugar fixo para morar.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Por que nem tudo são rosas...

Sabe aquele dia que parece que tudo dá errado, começando pelo frio na hora de levantar? Hoje o dia está assim.
O sol não me acompanhou por todo o caminho, mas espiou pra fora das nuvens no lugar que sempre vejo ele. Fui para a aula e foi tudo tranquilo - amanhã teremos testes mas nem precisamos nos preocupar.
8h e pouco da manhã, o Vinny me manda uma mensagem: "Alarme tocou dentro do flat. Low money, a luz." A energia em alguns lugares aqui é pré-paga, o do flat que estamos é assim. As meninas que moram aqui falaram que teria com certeza o suficiente. Pois bem, parece que gastamos luz demais - logo agora que precisamos economizar ao máximo. Acho que foi o forno, o Vinny acha que foi o aquecedor. Não sabemos ao certo, mas gastamos demais. Disse que resolveria assim que chegasse em casa - comprar online.
Quando saí da aula, e o Vinny foi, tinha sol. Felizmente conseguimos aproveitar um tantinho disso. Agora eu estou preparando o almoço e ele está vindo pra casa e o sol voltou.
Cheguei em casa e abri meu facebook. Tinhamos acertado a acomodação, moradia por mais 2 meses. Porém, demoramos um dia para responder pois estávamos esperando a resposta de uma definitiva. Já tinha mais gente na fila, e iriam pagar mais. Temos casa só até sexta, então fiquei muito assustada. Tinhamos como certo esse lugar, e agora ela nos diz que não é certo. Depois de muitas explicações, e mensagens trocadas com o Vini, decidimos que vamos pagar mais. O tanto que pagaremos a mais continua mais barato que as outras acomodações. Foi um susto e uma angustia que bateu, não ter pra onde ir no final da semana.
Essas questões nos tiraram um tanto do nosso orçamento, vamos precisar de mais dinheiro.
O foco agora, vai ser conseguir trabalho.
No meio da confusão sobre a acomodação, tentei comprar créditos pra energia - sem sucesso. Pelo jeito não aceitam cartão internacional... E agora? Tentei ligar, mas estou sem créditos no meu celular. Achei no site alguns pontos de vendas - um mercado aqui perto que já fomos. Pronto, tinhamos onde comprar.
A máquina aqui da casa não seca as roupas, então precisamos levar em uma lavanderia. As meninas disseram que a máquina é 6 euros - ou fui na errada, ou aumentou o preço.
Quando sai de casa para ir na lavanderia e no mercado comprar crédito, começou a chover. Volto ou não? Continuei.. Levei as roupas, paguei 10 euros e sai. Voltar ou continuar? A chuva engrossou, mas continuei... Cheguei no mercado e eles não estavam carregando mais pois a máquina estava quebrada. Voltei pra casa na chuva.
Um sentimento de frustração tomou conta de mim. Sair de casa não é tão fácil quanto eu achei que seria. É dificil arrumar lugar para morar, é ruim não ter noção das coisas. É dificil se sentir impotente em várias situações, perdidos e sem ter o que fazer.
Pode não ser fácil mas no final, tudo dá certo. Sempre dá.
O sol voltou a brilhar, achei outras lojas que vendem créditos da energia e teremos lugar para morar. Valeu a pena sair da cama e acordar pra mais esse belo dia.

Até mais!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Nosso dia-a-dia

Sol, sol! É ótimo começar a semana com sol, depois de um final de semana cinza. Sol anima e faz tudo ficar melhor.
Acordar de manhã cedo e caminhar 35 min até a escola me faz bem. No caminho, além de ver o sol gigante no horizonte, hoje a lua estava no céu ainda. No caminho, sempre pego o jornal distribuido, normalmente por outros brasileiros. Minhas aulas começam às 8h10 e vão até às 11h20. Eu considero esse o melhor dos três horários. As aulas começaram semana passada. Primeiramente, eu e o Vinny tinhamos ficado em horários diferentes - meu horário era late morning, começando às 11h30 até às 14h40. Fomos na escola e mudei meu horário para manhã e eu e o Vinny iríamos para a escola juntos. Ele, porém, mudou de turma e hoje começou no late morning (horário que eu tinha recebido primeiro). O nível dele não tem turmas de manhã cedo. Como já pedi para mudar o horário uma vez, não teria como fazer o mesmo de novo. Enfim, ficamos separados.
Estamos estas semanas aqui procurando lugar pra morar, passeando e começando a procurar emprego. Não está fácil achar vaga para casal. Temos acomodação até sexta-feira apenas, e apenas ontem conseguimos outra vaga temporária - mas dois meses dessa vez. Não é fácil achar um lugar só nosso pois ainda não trabalhamos e não temos referências.
Nossa prioridade até agora tem sido achar lugar para morar. Precisamos trabalhar também, é claro. Mas a moradia é mais urgente.
Além de estudar e ir atrás de casas, estamos conhecendo um pouco de Dublin. Caminhamos por aí e aproveitamos. Aqui ainda é inverno, mas está não muito frio. O problema aqui é o vento e a chuva, principalmente quando andam acompanhados.
Já temos o nosso PPS Number - Personal Public Service Number. É uma das exigências para quem mora aqui. Abrimos a conta no banco semana passada - e hoje vamos ver se já foi aberta. Ainda precisamos depositar o dinheiro, pedir o statement - que vem por correio, e aí vamos solicitar o GNIB. Esse é o nosso visto de um ano, que nos dará permissão para trabalhar. É um processo demorado, um tanto burocrático (como qualquer visto), mas simples. A escola auxilia nesse processo todo, o que é ótimo.
Agora, estou indo para o banco, encotrar o Vinny lá - que deve logo sair da aula.

Nosso dia a dia tem sido tranquilo, gostoso e estamos aproveitando. :D

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Como chegamos aqui

Hoje foi um dia cinzento. Bom dia para organizar as coisas e descansar. É inverno aqui, faz frio e venta do lado de fora.

Estamos na Irlanda há 2 semanas, mas o que nos trouxe até aqui? Como chegamos, de onde viemos, quais nossos objetivos?
Eu falei ontem que sou apaixonada por viajar. Está no meu sangue, tenho espírito de viajante. Sei que não viverei minha vida em um só lugar (o que me preocupa um pouco), sou feliz assim - viajando. Minha vontade deve ser contagiante e, depois de um ano de namoro, decidimos partir. Aprender inglês, trabalhar fora e viajar, conhecer lugares e pessoas diferentes. Sair da nossa zona de conforto.

Por que a Irlanda? Pesquisamos outros países: Inglaterra/Reino Unido, Nova Zelândia e Estados Unidos. A Irlanda é o país mais viável de todos - cursos baratos, salário bom, inglês, permissão para trabalho e visto de um ano. Ótimo. Fica na Europa, perto de vários países e, começando a pesquisar, é um país belíssimo e com uma cultura forte. A Irlanda acabou nos encantando.


Compramos nosso intercâmbio através de uma promoção da Agência Gotolondon. Pagamos barato - o que nos fez duvidar da qualidade da escola (que até agora tem se mostrado boa no meu ponto de vista!). Estávamos pesquisando, e surgiu a promoção e decidimos embarcar nessa. Início de fevereiro nos pareceu a melhor época - se ficarmos um ano, volto a tempo da faculdade começar. E, ainda aproveitamos janeiro e as férias no Brasil.
Depois disso, pesquisamos preços de passagens, e optamos pela KLM, que faz escala em Amsterdan. Compramos com bastante tempo de antecedência para garantir um valor justo (não podemos dizer barato). Não compramos passagem de estudante pois não compensava - a taxa de alteração era menor que o valor a mais. Escolhemos a data, e pronto.
Não economizamos muito antes - fizemos as contas e vimos que teríamos o dinheiro se economizássemos até a viagem. Tive uma grande ajuda dos meus pais - os quais agradeço imensamente por estar realizando esse sonho. O problema que tivemos foi a enorme alta do dólar e, consequentemente, do euro. Aumentou quase 50 centavos desde que começamos a planejar. Isso nos faz ter que economizar aqui - e precisamos logo de um emprego.
O visto para a Irlanda é tranquilo: Precisamos de curso em uma escola certificada. A escola já providencia o Seguro Governamental. Além disso, precisamos abrir uma conta no banco da Irlanda e comprovar termos 3.000 euros na conta. Não é um processo complicado - a escola normalmente presta toda a acessoria necessária, apenas é um processo lento. Estamos nesse processo agora.
Pela facilidade do visto para a Irlanda, existem muitos brasileiros aqui. Onde saímos, sempre escutamos alguém falando em Português. Acho legal isso, pois nos faz sentir mais perto de 'casa', não tão perdidos.

Chegamos, estamos bem e encaminhando o visto... Agora temos alguns desafios como encontrar um lugar pra morar e encontrar emprego...

Então, até outro dia..!

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

The World Interchange

Olá, alou.
Hoje faz 2 semanas e 1dia que estamos aqui. O último dia no Brasil fazia calor - muito calor. Tomamos 3 milkshakes. Passei o dia de vestido, e foi um sufoco arrumar a mala e colocar toda a roupa de inverno dentro. Naquele último mês, estava muito quente. O inverno era um sonho. Dizem que quando desejamos algo realmente e (poderia dizer) inocentemente ela acontece. Semana passada nevou em Dublin. Dizem que é raro nevar aqui. Nevou.
Depois de uma noite difícil de dormir, embarcamos para a nossa viagem. A viagem de nossas vidas, talvez.
Acredito que toda viagem seja a viagem da sua vida - a mais importante de todas e que mudará tudo. O presente é o que define a nossa vida, a maneira que vivemos ele.
Em duas semanas, estou apaixonada por algumas coisas nessa cidade. A Irlanda é um belo país, e Dublin é uma cidade encantadora: praças, muitos parques, verde. Muita arte, história e música. Aqui foi lar de escritores como Oscar Wilde. Ele tem algumas frases que fazem pensar. Uma das que eu considero bastante inspiradora é:
" Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe." - Oscar Wilde.
Acho que o principal motivo de eu viajar, é esse: eu vivo, não apenas existo. Qualquer pessoa que viaja sente isso. Viajar é viver - desligamos o automático. O World Interchange tras isso: vida.

Eu sou Dominiqui Sturmer Saft, tenho 22 anos. Viajar está no meu sangue. Dublin é o quarto país que moro. Sou apaixonada por cultura, por música, por pessoas. Sou vegetariana, planejo me tornar vegana. Me considero ambientalista e humanitarista. Sonho com uma sociedade justa, sem violência. Sonho com um mundo sem poluição, sem pessoas colocando o dinheiro acima de tudo.
Eu estou em Dublin com meu namorado, Marcus Vinicius da Silva, 25 anos. Primeira viagem dele - devo ter infectado ele com esse vírus de viagem. É meu companheiro, meu amigo.
Somos bastante diferentes, nos completamos. Temos qualidades e habilidades distintas e isso nos faz mais fortes.

World Interchange surgiu da paixão por culturas, por aprendizado, por viagem e pela busca por um mundo melhor e mais justo.
Interchange é intercâmbio. Cambiar, trocar. Trocas de experiências, trocas de ideias, trocas de histórias, trocas de inspiração. Compartilhamento.
Aqui estaremos escrevendo sobre nosso dia-a-dia, nossos desafios, nossas conquistas. Compartilhando boas ideias, e ideais. Discutiremos assuntos - e teremos reflexões.

Assim seja1 :)